Acerca

O Vinho de Talha será candidato à Unesco, a Património Cultural e Imaterial da Humanidade.

O processo de produção do vinho da talha é algo simples e complexo ao mesmo tempo. Este género de vinho é fermentado exclusivamente numa Talha de Barro. Após esse processo de fermentação, o vinho escorre através de uma torneira de madeira com filtração artesanal – o que pode ocasionar algum depósito no fundo das vasilhas – para um alguidar de barro onde é bombado para os depósitos de inox. O vinho permanece aí algum tempo em repouso para mais tarde poder ser devidamente engarrafado, comercializado e apreciado por todas as pessoas e, em consequência, possamos atrair cada vez mais turistas.

O Vinho de Talha será candidato à Unesco, a Património Cultural e Imaterial da Humanidade, juntamente com mais 20 Municípios Alentejanos e liderado pelo Município da Vidigueira.

História

O meu interesse pelo Vinho de Talha nasce após o meu casamento (Outubro de 1973) com aquela que ainda hoje é minha mulher, Élia do Carmo Pires Torre Gonçalves, filha de um pequeno/médio agricultor, que tinha terras de seara, olival e vinha sitas em Campo Maior.

A residência dos pais da minha esposa tinha entre várias coisas, uma pequena Adega, a chamada Adega da Torre, com 7 Talhas grandes e 5 pequenas (como muitas outras que nessa altura havia em Campo Maior) e como o imóvel era grande, fomos convidados pelos meus sogros a morar no mesmo edifício, o que nós aceitámos.

Esta adega está situada em pleno centro histórico de Campo Maior, tendo o castelo como pano de fundo e rodeada das muralhas e uma passagem pedonal. Do outro lado temos o Museu Aberto e o Centro Interpretativo das Festas do Povo (Festas das Flores), um ex-libris de Campo Maior.

A partir de 1976 iniciei a minha experiência na elaboração do vinho, juntamente com o meu sogro.

Nos anos 90 e porque a vida de pequeno/médio agricultor era dura, sobretudo aqueles que faziam os serviços com muares, o meu sogro decidiu vender algumas propriedades, tendo oferecido uma delas.

Nessa terra estava uma pequena plantação de vinha que, depois de ter sido deferido um projecto de reabilitação do terreno, acabei por plantar uma nova vinha e um olival onde trabalhava sempre que me era possível.

Entretanto com a reforma do meu sogro, acabei por “tomar as rédeas” da Adega da Torre. Comecei a produzir mais vinho – cerca de 4.000 litros de vinho anuais – e isso foi sendo gradual com a minha paixão por este género de produção – vinho de talha.